segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Ciência, filosofia e arte.

Você se lembra da última vez que mudou de opinião a respeito de algo? Que parou para refazer seus passos, para contestar suas próprias atitudes? Já se sentiu feliz em descobrir que estava errado, melhor, já premiou alguém que lhe provou que o que você tinha como correto até então era arbitrário? Qual é seu entendimento atual sobre o Universo? E sobre a natureza das coisas, como elas funcionam? Essas são algumas características do pensamento científico, da própria ciência, pode-se dizer, cujo próprio motor são nossas dúvidas.

Como uma vez ponderou Einstein, a imaginação é mais importante que o conhecimento. Há quem interprete esse dizer e através dele construa um endosso a pensamentos desprovidos de razão, imunes a críticas pela sua própria natureza, contudo, não foi isso que o velho cientista alemão quis dizer, bem da verdade, referia-se a coisa bem outra!

Talvez somente conhecimento não preencha todas as necessidades advindas de nossas idiossincrasias humanas, nessa esteira, descobrimos a importância da arte. A arte, diferente do que é observado no pensamento científico, tem muito mais a ver com nossa subjetividade, muitas vezes prescinde de conhecimento, na acepção formal da palavra. Podemos inferir isso a partir da escuta de uma manifestação artística da mais fina erudição que não é capaz de nos tocar, prender nossa atenção, muitas vezes é a simplicidade que nos alcança, que fala diretamente ao nosso espírito.

Em uma concepção mais abrangente da palavra, poderíamos dizer que o conhecimento acerca da importância da ciência e da arte, da compreensão dos seus significados, constitui-se em uma forma de tentar enxergar além do óbvio, portanto, filosofia por excelência! Referida proposição está diretamente relacionada com o estudo de nossos problemas fundamentais como seres humanos.

Acredito que atualmente, ainda fazendo uma reflexão sobre filosofia, experimentamos uma época em que, sobretudo em se tratando da filosofia pós moderna, fazer filosofia, filosofar, consiste em conhecer o pensamento dos principais pensadores e citá-los ad nauseam para provar seu ponto de vista, muitas vezes não existe a explicação franca acerca da proposição em questão, a reflexão própria. Defende-se um ponto de vista através de Argumenttum ad Verecundiam - apelo à autoridade - observo isto principalmente no âmbito do Direito, onde estudo e pesquiso.

Em síntese, esse blog tem como principal escopo aliar o pensamento científico, o pensamento filosófico e a compreensão do valor da arte como pressupostos de combate ao casuísmo, que fere nosso sistema de educação e nosso investimento em pesquisa, nos tornando cada dia mais reféns da nossa própria ignorância e falta de iniciativa.

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